Atriz, performer e jornalista Renata Caldas fará o lançamento do livro “O romance-em-cena de Aderbal Freire-Filho”, na quarta-feira, dia 15 de janeiro, a partir das 20h, no restaurante La Fiorentina – Leme. Diretor e atores confirmaram presença. O livro tem prefácio de Tania Brandão, posfácio de Camilla Amado e orelha de Paulo Betti.
O ROMANCE-EM-CENA DE ADERBAL FREIRE-FILHO – Um ensaio-reportagem sobre a linguagem teatral desenvolvida pelo diretor e seus atores
No livro, Renata Caldas investiga o processo de criação e a trajetória dos três espetáculos feitos na linguagem do romance-em-cena: A mulher carioca aos 22 anos, texto de João de Minas, apresentado em 1990; O que diz Molero, de Dinis Machado, 2003, e O púcaro búlgaro, de Campos de Carvalho, 2006. Esse estilo único, inventado pelo diretor Aderbal Freire-Filho, pode ser aplicado pelos interessados na investigação da linguagem teatral e nas diversas formas de utilização de textos no palco. O estudo foi viabilizado pelo Programa de Bolsas de Estímulo à Produção Crítica de Artes – categoria: Produção Crítica em Teatro, da Fundação Nacional das Artes – FUNARTE.
Sobre o livro, a autora afirma: “Procurei escrever de uma maneira leve. Espero transmitir a estudantes, atores e diretores de teatro o entusiasmo que senti quando me dei conta da preciosidade que é a linguagem do romance-em-cena. Aderbal criou uma poética fascinante, que merece ser amplamente difundida”.
Segundo a crítica e professora Tania Brandão, trata-se de “um original de leitura obrigatória para o público de teatro, para a classe teatral e para todos os interessados em arte brasileira contemporânea”.
O livro estará à venda e poderá ser autografado pela autora. O romance-em-cena de Aderbal Freire-Filho teve lançamento no 20º Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília e em Recife, onde a autora reside atualmente. O livro será lançado dia 15 de janeiro (quarta-feira) no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu a poética do romance-em-cena. O evento será no restaurante La Fiorentina, tradicional reduto de artistas e intelectuais.
Trechos do prefácio de Tania Brandão / professora, ensaísta, crítica de teatro, historiadora e pesquisadora de História do Teatro Brasileiro:
“Para estudar a obra do diretor, a pesquisadora não economizou esforço e a metodologia que acionou se revela muito adequada. O seu fundamento maior é o estudo de um elenco áureo de fontes. Fontes primárias – uma coleção que reúne vestígios diversos, diretos, das montagens, material da imprensa, depoimentos elaborados pela pesquisadora através de entrevistas, programas de televisão e material digital, e fontes secundárias – em especial uma bibliografia bem selecionada. O grande volume de dados reunidos foi pensado a partir de um quadro conceitual claro, preciso, uma exploração eficiente dos conceitos de drama, narração, épico, texto e cena, romance-em-cena.
O resultado final é um texto de análise claro, luminoso, instigante, um original de leitura obrigatória para o público de teatro, para a classe teatral e para todos os interessados em arte brasileira contemporânea. Entusiasta da proposta artística de Aderbal Freire-Filho e apaixonada por sua proposição, a autora transporta o leitor para a avaliação de uma obra teatral que, a seu ver, pode demonstrar um procedimento técnico, o romance-em-cena, adequado ao estatuto do homem-cidadão contemporâneo, ainda que, para Aderbal Freire-Filho, ele seja apenas um jeito a mais, “um jogo, talvez um gênero, sem número e sem grau, tão sem sentido como a vida, tão inútil como tudo.”
Não importa: fica no leitor o gosto saboroso da força que o nosso teatro pode alcançar, demolindo velhas convenções, procedimentos de arte ultrapassados, oferecendo formas novas, vibrantes, meios adequados para olhar e sentir o mundo ao redor. Fica, sobretudo, o prazer de perceber como a demolição pode apontar para um lugar novo de protagonismo do sujeito, um lugar em que a pessoa move a cena, em vez de apenas agir em cena, em tempos em que se teme tanto o massacre da potência humana.”
Trechos da orelha do livro, por Paulo Betti/ ator:
“Diante da efemeridade do fenômeno teatral, Renata se vale de inequívoca vocação para a pesquisa e nos oferece um saboroso desvendamento do processo criativo que formulou uma inédita maneira de se adaptar uma obra literária, um romance, para a linguagem do palco. Valendo-se da memória, entrevistas, leituras de obras de referência, recortes de jornal e programas de teatro, Renata constrói uma narrativa que se lê com o prazer de se estar vivenciando um importante momento de inspirada criação da arte cênica contemporânea. (…) Renata correu o risco e venceu, conseguiu fazer um estudo que, ao mesmo tempo, é profundo, bem fundamentado e humorado.
(…) Num panorama desértico de obras sobre nosso teatro e aqueles que o fazem existir, o aparecimento desse relevante e bem estruturado estudo deve ser recebido com todos os elogios e as palmas calorosas no fim de um espetáculo que está apenas começando.”
Trechos do posfácio, por Camilla Amado/ atriz e preparadora de elenco:
“Está tudo neste ensaio-reportagem: depoimentos dos artistas, um olhar crítico apurado e uma rica descrição do nascimento da linguagem do romance-em-cena. Pela intimidade com o teatro, Renata tem uma curiosidade rara, vai a pontos-chaves do processo e consegue sistematizar a técnica criada pelo diretor em parceria com seus atores.”
SOBRE A AUTORA – Atriz, performer e pesquisadora. Natural de Brasília, Renata Caldas reside na cidade de Recife, onde cursa Mestrado em Artes Visuais (UFPE) e desenvolve trabalhos de performance, instalação e intervenção urbana. Bacharel em Interpretação Teatral – Artes Cênicas (UnB) e Bacharel em Jornalismo – Comunicação Social (UniCeub), tem atuado como performer em galerias, museus e centros culturais. No repertório estão duas obras que fazem parte de sua pesquisa de mestrado: “É permitido chorar” (performance/instalação) e “Meu abismo” (performance). Trabalhou em peças apresentadas no CCBB Brasília e BH e no Rio de Janeiro no Sesc Copacabana, Teatro do Jockey e Teatro Sérgio Porto. Como jornalista, trabalhou em cadernos culturais nos diários Correio Braziliense e Jornal de Brasília. Escreveu para Folha de S. Paulo, Estado de Minas, JB, Revista Sbat, entre outros. Um de seus textos foi aplicado como prova de vestibular da UnB.
SOBRE ADERBAL FREIRE-FILHO – Autor, diretor teatral e ator. Premiadíssimo, assina cerca de 100 montagens desde 1972, quando dirigiu Cordão umbilical. Além dos espetáculos do romance-em-cena – A mulher carioca aos 22 anos (João de Minas); O que diz Molero (Dinis Machado); O púcaro búlgaro (Campos de Carvalho), o trabalho do cearense radicado no Rio de Janeiro conta com peças diversas e inclui projetos em países da América Latina e em capitais brasileiras. Em 2019, o diretor foi o homenageado do 31º Prêmio Shell de Teatro (RJ) pelo “espírito livre, inovador e combativo em prol do teatro nacional”.
Criou o Centro de Demolição e Construção do Espetáculo e suas pesquisas sobre expressão dramática e narrativa têm sua síntese na trilogia de romances que encenou. Em 2019, o grupo teria completado 30 anos. Ganhou os prêmios Molière, Golfinho de Ouro, Shell, Mambembe, APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), APTR, Florencio (no Uruguai), entre outros. Em 2009, recebeu a Ordem do Mérito Cultural. Na relação de seus espetáculos estão: Hamlet, Macbeth, As you like it, Timon de Atenas (Shakespeare); Casa de bonecas (Ibsen); O congresso dos intelectuais e Na selva das cidades (Brecht); A morte de Danton (Büchner); e peças de muitos autores brasileiros, Nelson Rodrigues (Senhora dos Afogados), Oduvaldo Vianna Filho (Corpo a corpo, Moço em estado de sítio, Mão na Luva, O último combate do homem comum), Alcione Araújo, Mário Prata, Roberto Athayde, Geraldo Carneiro, Leilah Assunção, Flávio Márcio e muitos mais. Entre suas peças encenadas: O tiro que mudou a história (parceria com C. E. Novaes); No verão de 96…; Cão coisa e a coisa homem; Depois do filme. Sua carreira conta, ainda, com trabalhos no cinema e na tevê. Como apresentador, esteve à frente de Arte do artista, da TV Brasil.
O ROMANCE-EM-CENA DE ADERBAL FREIRE-FILHO
Autora: Renata Caldas
Ed. Multifoco; Selo NotaTerapia
366 páginas; R$ 35
SERVIÇO
Lançamento do livro “O romance-em-cena de Aderbal Freire-Filho”
Noite de autógrafos com a autora Renata Caldas
Local: La Fiorentina
End: Av. Atlântica, 458 A. Leme. Rio de Janeiro/RJ
Data: 15 de janeiro de 2020, quarta-feira
Hora: 20h
Contato para entrevistas:
Renata Caldas (81) 9 9595-3171
Instagram: @renatacaldasem
Orã Figueiredo (ator premiado e diretor que usou a técnica do romance-em-cena)
(21) 9 9328-5181