A rede de streaming Netflix garantiu os direitos autorais de uma das obras mais queridas da literatura mundial: Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez. A monumental obra do escritor colombiano, que nunca foi antes adaptada para o audiovisual, será transformada numa série e disponibilizada na Netflix para os seus mais de 140 milhões de inscritos. Não há ainda uma data esperada para a estreia, mas com as informações que já temos sobre a produção da série, é de se esperar uma adaptação única da história dos Buendía.
Confira alguns dos motivos para ficarmos de olho nessa série!
Será a primeira adaptação do clássico de García Márquez (e em formato de série)
Muitos clássicos da literatura universal já foram adaptados inúmeras vezes pela televisão e pelo cinema. Do britânico Hamlet, de Shakespeare, ao russo Guerra e Paz, de Tolstói, a literatura das histórias monumentais sempre ganhou um espaço nas produções audiovisuais. Chegou o momento de Cem anos de solidão, um clássico da literatura latino-americana que é um dos livros mais lidos e traduzidos no mundo.
Apesar dos desafios que a obra de García Marquéz apresenta para a adaptação fílmica – pouca parte da história possui diálogos -, além de ter uma extensão que não seria adequada a um longa-metragem, a história será adaptada num formato seriado. Algumas obras do autor como O amor nos tempos do cólera, Erêndira e Crônica de uma mote anunciada já ganharam as telas antes.
Terá a produção dos dois filhos do escritor, Rodrigo e Gonzalo
Ao contrário do que se espera, o autor colombiano não tinha nenhuma objeção às adaptações de suas obras. No entanto, no caso específico de Cem anos de solidão, o formato cinematográfico não parecia ser o ideal para acompanhar a saga dos Buendía, pela limitação do tempo. García Márquez pessoalmente acreditava mais no alcance da televisão. Com a promessa de uma série pela Netflix, os filhos de Gabo – Rodrigo e Gonzalo – entraram como produtores executivos nessa esperada adaptação.
Uma outra visão da Colômbia (para além do tráfico de drogas representado em Narcos)
Uma das últimas produções mainstream que contaram com a Colômbia como pano de fundo foi a série Narcos, também realizada pela Netflix. O sucesso da série, protagonizada pelo brasileiro Wagner Moura, foi inegável. Mas a história da Colômbia continuamente sendo lembrada pela violência e pelas marcas do narcotráfico torna a série de Cem anos um tesouro a se esperar: trata-se de uma produção que retratará uma visão tão mágica quanto histórica do país latino-americano, assim como a obra propõe. E devido à crescente procura por histórias que se passam na América Latina (como com o filme Roma e a própria Narcos), e principalmente por aquelas que não abrem mão de sua diversidade, espera-se que a série seja também um grande sucesso.
Uma história contada em espanhol
A necessidade de que quaisquer adaptações de Cem anos de solidão fossem faladas em espanhol era remarcada pelo próprio escritor, morto em 2014. A história das gerações Buendía em Macondo é uma história marcadamente colombiana, por isso, uma adaptação feita em inglês somente para agradar o público estava fora de cogitação. Porém, a produção da Netflix garantirá uma série inteiramente falada em espanhol e que preservará a cultura colombiana.
Para o The New York Times, o jornalista e antigo colaborador de García Márquez, Rodrigo Restrepo Pombo, afirmou: “Esta é uma chance de mostrar outra visão, outra versão da Colômbia. Espero que a adaptação seja centrada no lado histórico de ‘Cem anos de solidão’, nas histórias dos personagens”, disse ele.