Os contos de fadas são um acervo maravilhoso de histórias, que atravessam épocas e mantêm uma relevância para gerações de crianças e adultos. Suas bases são, de uma forma geral, a narrativa oral e popular. O que chamamos de folclore. No entanto, a ideia de folclore foi tão vulgarizada a ponto de imaginarmos de que se tratam de narrativas simples e locais, que não teriam um alcance “universal”.
Por isso, nomes como os Irmãos Grimm, Charles Perrault e Hans Christian Andersen fizeram o trabalho de compilar narrativas que já circulavam e publicar de uma maneira mais canônica: surgiram assim os contos de fadas (ou contos maravilhosos) impressos.
Mas essa própria titulação – contos de fadas – surgiu de um nome não tão conhecido: Marie-Catherine d’Aulnoy, uma baronesa francesa que ficou famosa por seus contes de fée (os contos de fadas, como conhecemos hoje). Mais de um século antes do nascimento dos Irmãos Grimm, os salões literários franceses fervilhavam com a contação de histórias maravilhosas.
Assim como várias mulheres aristocratas, a Madame D’Aulnoy se dedicava à escrita e à profusão dessas histórias em coletivo, sendo um dos nomes mais importantes da época. Na época, o gênero era amplamente desenvolvido por mulheres aristocratas. Apesar de os contos de fada serem considerados infantis, as histórias contadas nos salões estavam longe de serem apropriadas para crianças, e também foram posteriormente adaptadas para o inglês com pouca fidelidade ao original.
Pela primeira vez em português, contos de algumas dessas escritoras foram traduzidos por meio de uma antologia disponível de graça, organizada por acadêmicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Dizem os organizadores no prefácio:
É a (re)descoberta desses contos de fadas escritos por mulheres que esta
antologia pretende focalizar, por meio de traduções inéditas para o português de contos publicados durante duas décadas, no período de 1690 a 1709. Estudar os contos permitirá, também, descobrir as plasticidades, estruturas mentais, sociais, estéticas e culturais da sociedade da época.
A antologia reúne, além da tradução dos contos, notas sobre o trabalho e biografia das autoras. Faz parte do site Mnemósine, destinado a antologias de literatura francesa traduzida, em sua maioria, pela primeira vez em português do Brasil.
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