Versos do poeta Manoel de Barros foram vetados na prova por supostamente contrariarem versículo do Evangelho de João
Se tem uma coisa que este governo consegue fazer é com que o obscurantismo ocupe todos os espaços do governo naquilo que deveria ser público. Dessa vez, estamos falando da censura de uns versos do poeta Manoel de Barros no Enem de 2021 por contrariar alguns versos bíblicos.
Quem fez a denúncia foi o deputado estadual Fábio Trad (PSD-MS). Ele criticou a censura feita pelos técnicos do Ministério da Educação no Enem citando, especificamente, a retirada do poema de Manoel de Barros, nascido em Cuiabá, capital do seu Estado.
“No descomeço era o verbo”, uma oposição a “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus (João 1:1-4)”. Na justificativa dos censores, usar tal verso “fere sentimento religioso e a liberdade de crença.”
Em suas redes sociais, o deputado escreveu:
“Nosso poeta maior, gente da gente, Manoel de Barros foi censurado pela estupidez intelectual dos técnicos do Ministério da Educação para a prova do ENEM. Alegaram que uma poesia da lavra do escritor contrariava a Bíblia. Inacreditável, mas aconteceu”, escreveu.
“Minha solidariedade à memória de Manoel de Barros cuja obra jamais poderá ser compreendida por quem não sabe diferenciar a finalidade da arte e o propósito da religião”, finalizou o político
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