No livro chamado ‘À Procura da Própria Coisa’, Teresa Montero revela que Clarice foi monitorada pela ditadura militar. Ela também teria sido fichada pela gestão Dutra
O medo de ser deportada por ser “judia e russa”. Essa era a preocupação que Clarice Lispector quando foi fichada pela polícia no período do Estado Novo. Este período, foi marcado no Brasil pelo governo de Eurico Gaspar Dutra, em 1950. Alguns anos depois, ela teve de encarar ser monitorada pela ditadura militar depois do golpe de 64.
Essas são algumas das revelações que aparecem em novo livro de Teresa Montero. A obra é uma ampliação da biografia que a autora publicou em 1999, “Eu Sou uma Pergunta”. Neste novo volume, ‘À Procura da Própria Coisa’, temos um complemento da versão anterior. O novo livro é agora como uma espécie de versão ampliada.

Montero trabalhou nos capítulos adicionais que tornaram “À Procura da Própria Coisa: Uma Biografia de Clarice Lispector” um volume de 768 páginas. Em entrevista para a Folha de São Paulo, a autora contou:
“Eu não mudei o meu método, não mudei a minha maneira de pensar biografia. Cada biógrafo tem o seu olhar, as suas escolhas. O que me fascina nas pesquisas são as fontes primárias”
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Uma autora (também) engajada
Um dos pontos mais importantes da biografia está na “prova” de que Clarice era uma autora engajada nas questões políticas. Apesar de ser intimista na linguagem, ela tinha sim uma perspectiva social sobre as personagens e as histórias que retratava.

“Infelizmente a gente ainda escuta comentários de que ela não era engajada porque escrevia uma literatura íntima e tal, e eu ficava indignada! Clarice não era uma mulher de levantar bandeira, não era a primeira da fila, mas ela se posicionou em vários momentos, temos textos e também fotos, como sua presença na Passeata dos Cem Mil, no Rio“, diz, referindo-se à maior manifestação popular contra a ditadura, em 26 de junho de 1968.
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