Diébédo Francis Kéré, natural de Gando, em Burkina Faso, na África, é o primeiro arquiteto negro a receber o prêmio
Diébédo Francis Kéré, de 56 anos, é educador, ativista e arquiteto africano que desenvolve seu trabalho combinando materiais de baixos custos, sustentabilidade e colaboração de mão de obra da própria comunidade.
Num cenário de poucos recursos e falta de infraestrutura, o profissional explora a criatividade e a engenhosidade, investindo no compromisso social, na apropriação de sistemas construtivos e no uso consciente de materiais locais. Ele é conhecido por construir escolas, centros de saúde, habitações, edifícios e espaços públicos em muitos países da África, entre eles Benin, Burkina Faso, Mali, Togo, Quênia, Moçambique e Sudão.
Kéré foi o primeiro da família a frequentar a escola e concluiu seus estudos na Universidade Técnica de Berlim. Inaugurou seu primeiro edifício, uma escola na sua terra natal, com a ajuda dos moradores locais, em 2001. Alguns anos mais tarde, fundou o escritório Kéré Architecture, responsável por desenvolver uma série de projetos na sua cidade, despertando a atenção da comunidade internacional para as inovações. Em 2017, consagrou-se como o primeiro arquiteto africano a desenhar um painel temporário no Hyde Park de Londres.
O Prêmio Pritzker, criado pela Fundação Hyatt em 1979, é considerado o ‘Nobel de Arquitetura’. Em 2022, Kéré foi o primeiro negro a conquistar um dos maiores prêmios de reconhecimento profissional por aliar talento, visão e compromisso no desenvolvimento de seu trabalho.
“Espero mudar o paradigma, levar as pessoas a sonhar e arriscar. Não é porque você é rico que você deve desperdiçar material. Não é porque você é pobre que você não deve tentar criar com qualidade. […] Todo mundo merece qualidade, todo mundo merece luxo e todos merecem conforto. Estamos interligados e as preocupações com clima, democracia e escassez são de todos”, destaca o arquiteto.
Confira algumas de suas obras: