Você conhece os melhores poemas de Novalis? Georg Philipp Friedrich von Hardenberg (Schloss Oberwiederstedt, Wiederstedt, Harz, 2 de Maio de 1772 — Weißenfels, 25 de Março de 1801), Freiherr (barão) von Hardenberg, mais conhecido pelo pseudônimo Novalis, foi um dos mais importantes representantes do primeiro romantismo alemão de finais do século XVIII e o criador da flor azul, um dos símbolos mais duráveis do movimento romântico.
O NotaTerapia separou os 6 melhores poemas de Novalis. Confira:
Eu digo que Ele vive
Eu digo que ele vive, a toda gente,
e que ressuscitou,
e que junto de nós e para sempre
pairando ele ficou.
Eu digo, e todos vão também dizer,
aos companheiros seus,
que em breve em toda parte vai nascer
novo reino dos céus.
Perante um novo modo de sentir,
o mundo reaparece;
e a vida nova em nós a ressurgir
da mão dele é que desce.
Vejo o terror da morte mergulhar
no fundo mar escuro,
e toda gente agora a contemplar
com calma seu futuro.
A vereda sombria que ele abriu
para o céu é que vai,
e quem os seus conselhos já ouviu
chega à casa do Pai.
Agora, ao ver morrer alguém querido,
sofremos sem temor.
Saber que o reencontro é concedido
suaviza essa dor.
Com muito mais fervor vamos agir
nos feitos mais singelos,
pois essa sementeira vai florir
em campos bem mais belos.
Ele vive, e conosco sempre resta
quando nos falta tudo!
Que este dia nos seja como a festa
do renovar do mundo.
Tradução: Ruth Salles
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Toda a descida em nós
mesmos é simultaneamente
uma ascensão,uma assumpção,
uma vista do verdadeiro exterior.
(tradução de Mário Cesariny)
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Bem-aventurado aquele que se tornou sábio, que já não especula sobre o mundo e busca em si mesmo a pedra da sabedoria eterna. Somente o sapiente é digno de ser adepto – ele transmuta tudo em vida e ouro, sem precisar de elixires.
A retorta sagrada nele exala –
o rei presente nele está –
Delfos também; E finalmente ele compreende:
“Conhece-te a ti mesmo”.
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Quando já as cifras e figuras
Quando já as cifras e figuras
não sejam chaves das criaturas,
quando os que cantam ou que beijam
mais sábios que os mais cultos sejam,
quando o mundo outra vez se livre,
quando sombra e luz novamente
unam-se em claridade autêntica,
e quando em poesias e lendas
a história do mundo se aprenda,
a uma palavra, e ao seu condão,
tudo o que é mau fugirá então.
Trad. Geir Campos
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IV hino
(fragmento da parte final)
Peregineion
de toda dor
certo dia,
só terá sabor de prazer.
Mais alguns momentos
e estarei livre,
intoxicado
na mentira envolvente do amor.
A vida eterna
surge qual onda diante de mim,
observo do cume,
observo a ti.
Ó Sol, deves desvanecer
sob a colina;
uma sombra irá trazer-te
irada frieza.
Ó, atira em meu coração, amor,
atira até que eu me vá;
até que adormecido,
ainda ame!
Eu sinto o fluxo da
correnteza da jovem e generosa morte;
que transforma meu sangue
em bálsamo e éter!
Com fé e vontade
eu vivo os dias:
com um êxtase sagrado,
morro a cada anoitecer.
Trad. de Rubens Rodrigues Torres Filho
Caminho para Além,
e cada minha dor
é o mero aguilhão
d´extático ardor.
Um breve tempo apenas,
enfim livre serei
e ébrio no regaço
d´Amor me deitarei.
A infinita Vida
possante a agitar-se
em mim, e eu no alto
estou para te olhar
Sob aquela clina
o teu brilho fenece,
e a coroa que esfria
sombra te oferece.
Ó bem amada aspira-
me de um hausto só,
para que adormeça
para que amar possa.
Da morte eu sinto o fluxo
que me rejuvenesce.
Em bálsamo, em éter,
meu sangue converte-se.
Dia, é quando eu vivo
da fé animado.
Noite, é quando morro
santo e abrasado.
Trad. Fiama Hasse Pais Brandão
Fonte:
http://abmanacional.com.br/poemas-e-citacoes/eu-digo-que-ele-vive-novalis/
http://www.antoniomiranda.com.br/poesiamundialportugues/novalis.html
https://www.escritas.org/pt/novalis